Penso em todos os momentos que passámos e guardá-los-ei numa caixinha de algodão. Foram tantos que provavelmente alguns escaparam das minhas lembranças, mas seria demasiado se as pessoas não preferissem dar ouvidos a alheios. Lembro-me como tudo começou, da chuva, do dia, do momento, de todos os pormenores. Sem mais descrição, amei de unhas e dentes. Agora, que está tudo acabado restam-me os desabafos. Só porque sei que podíamos ter mudado muito juntos, podíamos ter alcançado todas as metas onde sonhámos chegar. Assim, estas foram desfeitas tal como as promessas quebradas e as nossas cabeças que ficaram destroçadas. Tu não sei, não tenho tanta certeza disso. Por mais mal que fizesses, eu estava lá. Sempre para dizer "sim" por cima dos teus "nãos", como dizias.
É tudo muito lindo, como um conto de fadas. Até não surgirem os conflitos, as pressões e as desconfianças. Já tinha prescindido de tudo por este amor. E tu, tu que teimavas em não compreender, nunca entendeste nada. Seria porque não sabias o que era um relacionamento ou desconhecias o amor? Pergunto-me.
Aqueles abraços, os mimos únicos, os momentos, a cumplicidade, a amizade, a protecção e a segurança que tínhamos. Era único e invejável por muitos, criticado por outros, apoiado por poucos. Já sabiam como tu eras, como era o teu verdadeiro ser. Ah! E não me posso esquecer de referenciar os beijos, claro. Mas isso não é relevante neste preciso momento.
Não vou esconder, e posso dizer que tenho saudades, mas já tive mais. Não me fazes tanta falta como parece.
Puseste tudo como se fosse um despejo; um dia vais dar valor. Lembra-te: um dia vais dar valor.
São coisas que nos transcedem, um dia.
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